Março traz sempre o cheiro da primavera, a promessa dos dias grandes e o regresso das aves. Este ano, março, para além de tudo isto, traz também o cheiro da morte, a incerteza dos dias que vêm e o regresso das sombras. Sentimos empatia por quem está a milhares de quilómetros, sem precisarmos de ter passado pelo mesmo. A generosidade salta-nos do peito e impele-nos para ajudar da forma possível. Sem sabermos o desfecho da História não baixamos os braços, porque a esperança não se apagou. Num mundo tão fustigado pela pandemia, com tanta separação, eis que esta guerra chega e nos faz ir ainda mais ao fundo. Ao fundo da sombra, mas também ao fundo da luz, onde despertamos para o pior e o melhor de nós. Talvez há muito que não estivéssemos tão famintos de paz e tão unidos em torno dos valores humanos que nos elevam e caracterizam como tal. Que possamos aproveitar para recalibrar as nossas ações, despertar a consciência de quem somos e transformarmo-nos em quem viemos para ser.

Por falar em ser, Março é para nós também um mês de repensar quem somos, não tivesse sido em março, há 8 anos atrás, que esta semente pousou e se instalou na terra, cheia de força e fé para crescer! Sem deixar de vibrar na mesma missão que abraçámos no início, dar-lhe palavras novas, para a expressar, trouxe-nos um realinhamento interno e uma arrumação de ideias que nos dá rumo. Deixámos os termos “bem-estar” e “cidadania”, chapéus importantes que nos identificam, mas que são tão amplos que nos descaracterizam. Assim, e porque as palavras são mesmo poderosas, afinámos a nossa missão: contribuir para que crianças e jovens cresçam com valores, vivam o seu potencial e desfrutem da vida.

Esperamos consegui-lo!